O objetivo deste artigo é propor uma análise alternativa ao que comumente se define como sucesso em projetos e discutir as experiências geradas no processo como uma matriz de avaliação.
Muito já foi escrito e há um grande número de definições sobre “sucesso em projetos”. De modo geral, o conceito de sucesso está ligado à execução de escopo com qualidade dentro do tempo e custos planejados; à satisfação do cliente e stakeholders; ao fato de o projeto ter respeitado a cultura da organização e as leis vigentes.
Não discordo desta visão de sucesso, mas, no entanto, a intenção deste artigo é propor uma abordagem que utilize como matriz as experiências geradas e o aprendizado internalizado pelos profissionais e empresas durante a execução de um projeto. Destacar os pequenos avanços e vitórias muitas vezes deixados de lado no dia a dia corporativo.
Em um país onde o planejamento e a análise estratégica não são práticas recorrentes e o imediatismo nas decisões é comum, a maioria das empresas não foge a regra e imputa a todos os projetos desenvolvidos a obrigação do êxito ou a implicação de culpa e consequências aos envolvidos.
No entanto, a possibilidade de qualquer projeto não ter êxito é sempre alta e empresas inovadoras devem conhecer esse risco e incentivar seus colaboradores a desenvolverem projetos e aprenderem com seu desenvolvimento e resultados.
Para medir o aprendizado organizacional, vários questionamentos (indicadores) podem ser feitos de maneira a construir uma análise clara:
- Novos líderes em projetos foram formados? Novos talentos foram reconhecidos?
- Qual foi o nível de engajamento dos envolvidos? Quais técnicas foram utilizadas para integração do grupo do projeto?
- Houve disseminação de métodos, técnicas e práticas dentro da empresa? As informações em todas as áreas de conhecimento estão sendo registradas corretamente?
- Os recursos disponíveis foram suficientes? Os recursos disponíveis foram bem utilizados?
- Os riscos foram bem dimensionados? Identificados a tempo? Como foram mitigados ou potencializados?
Ao final, o objetivo é ter certeza que houve aprendizado e que este, além de internalizado pelos integrantes do projeto, está devidamente documentado para que outros possam aprender com as experiências anteriores.
O aprendizado, fundamentado na análise, geração de informação e disseminação do conhecimento, deve ser um processo orgânico presente em todo o ciclo de vida do projeto desde o planejamento, execução e conclusão.
Não há dúvida de que a valorização e multiplicação do aprendizado contribuirão para projetos executados com qualidade e com níveis altos de satisfação dos clientes (conceitos tradicionais de sucesso), mas, mais do que isso, transformarão a empresa em um “organismo vivo” que, desenvolvendo projetos com maturidade, evolui constantemente ao longo do tempo.
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